Muitos de vós estarão neste momento a pensar: – “olha-me só pró copo deste gajo”…
Eu sei meus senhores e minhas senhoras, talvez o copo não seja o mais adequado, mas soube-me bem pra caraças…até ia pela garrafa se tal fosse necessário.
[Confesso que também me rio muito com as figurinhas que muitos “entendidos” (não os profissionais) me presenteiam quando bebem um vinho com “aquele” requinte, fineza, sabedoria, delicadeza, subtileza; com aquele jeitinho “finesse” a segurar o copo com o polegar e o indicador e de dedo mindinho em riste; a bebericar de beicinho e a arrolar como as pombas…]
Voltando ao vinho…neste belíssimo RP 20 – mesmo neste copo – há uma espécie de reciprocidade entre a necessidade e o objecto; posso não querer beber mas este “copo” ao meu alcance dá-me sede. Satisfação total.
Apresenta um equilíbrio e uma harmonia viva, licoroso, toques de madeira, caramelizado e café, de textura aveludada, suave, seco, persistente, frutos maduros e secos.
Este RP 20 é como andar de bicicleta: é necessário equilíbrio. E ele tem-no.
Ricardo Soares